A educação financeira tem como definição o conhecimento de se aplicar diversas aptidões relacionadas à finanças, incluindo gerenciamento financeiro pessoal, orçamento e investimento. Em outras palavras, é a base do seu relacionamento com o dinheiro e é uma jornada de aprendizado ao longo da vida. 

Ser um analfabeto financeiro pode levar o indivíduo a uma boa quantidade de erros, como uma maior propensão ao acúmulo de grandes dívidas ao longo da vida. Isso pode ocorrer tanto por conta de se tomar más decisões de gastos ou por não possuir um adequado planejamento para o futuro.

Em decorrência disso, o indivíduo pode ter diversas consequências negativas em sua vida, o que pode levá-lo a graves problemas, não somente de ordem financeira, mas psicológica, familiar etc. Por isso, quanto mais cedo você começar, melhor será porque a educação é a chave para um resultado positivo quando se trata de dinheiro.

Em que pese a existência de muitas competências que se enquadram na alfabetização financeira, os principais exemplos de conhecimentos financeiros são o orçamento familiar, a capacidade de gerir e liquidar as próprias dívidas, além do cálculo de quais produtos de crédito e investimento valem mais a pena. 

Todas essas habilidades listadas costumam exigir alguma experiência prática no que diz respeito aos principais conceitos financeiros. Como exemplo, podemos citar os juros compostos, ou o valor do dinheiro com o passar do tempo.

Ainda, o conhecimento sobre finanças abrange tanto a estratégia financeira de curto prazo, como também a estratégia para o futuro. Isso porque a educação financeira engloba saber como as decisões de investimento feitas hoje podem afetar suas obrigações fiscais no futuro.

Por que as famílias brasileiras devem aprender sobre educação financeira?

Em meio à frágil e instável situação econômica pela qual o Brasil vem passando nos últimos anos, aprender no que diz respeito à educação financeira é essencial para que as famílias brasileiras escapem do endividamento e consigam ter maior estabilidade e previsibilidade quando o assunto são as finanças.

Atualmente, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) do mês de Novembro, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio dos Bens, Serviços e Turismo (CNC), 78,9% das famílias brasileiras encontram-se endividadas. É uma diferença de 3,3 pontos percentuais em relação ao resultado de novembro do ano anterior.

Para se ter ideia, os países que mais investem em educação financeira são também os que possuem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais altos, sendo eles: Finlândia (0,938), Noruega (0,957) e Dinamarca (0,940). Em comparação, o Brasil encontra-se na 74º posição no ranking global de educação financeira, possuindo um IDH de (0,754).

Tendo em vista esse cenário, se faz mais do que necessário investir no acesso à educação financeira, para que as famílias brasileiras não só consigam sair da situação atual, como também evitar novos endividamentos e prosperar financeiramente. Para isso, devemos integrar na alfabetização financeira familiar não só os pais, como também as crianças e adolescentes.

A alfabetização financeira familiar é um conjunto de estudos e estratégias que visam integrar a família no orçamento financeiro, pois nada adianta uma pessoa economizar e outra gastar o dobro do que foi poupado. Em outras palavras, a educação financeira familiar trata de envolver e integrar toda a família na gestão financeira de uma casa.

Mas quais são os principais benefícios de se obter conhecimentos sobre finanças?

• Prevenção de erros devastadores

Decisões financeiras aparentemente inocentes podem ter implicações de longo prazo que custam dinheiro às famílias ou afetam os seus planos de vida. A alfabetização financeira ajuda as pessoas a evitar erros com suas próprias finanças.

• Precaver-se em caso de emergências

A educação financeira prepara as famílias para o incerto. Muito embora perder um emprego ou um caso de doença sempre tenha um impacto financeiro, uma família pode amortecer o golpe implementando sua alfabetização financeira com antecedência, estando pronta para emergências.

• Atingir seus objetivos.

Compreendendo melhor como fazer um orçamento e economizar dinheiro, as famílias podem criar planos que definam suas expectativas, responsabilizar-se por suas finanças e estabelecer um curso para atingir metas que são aparentemente inatingíveis. Embora alguém possa não ter condições de realizar um sonho hoje, sempre pode fazer um plano para aumentar suas chances de realizá-lo.

Por onde começar a implementar a educação financeira familiar?

Em conjunto com o ensino de valores financeiros e a administração do dinheiro, os pais devem desenvolver um plano de treinamento adequado à idade e maturidade dos seus filhos para ajudar a reforçar o que aprenderam. 

Primeiramente, os pais devem elaborar o orçamento familiar junto com seus filhos, de forma que possam ensiná-los como ele é feito. Pode parecer bobo e 

 até um passo irrelevante, mas essa simples técnica ajuda os mais jovens a entenderem melhor a realidade financeira da sua família.

Essa importante prática dá uma visão mais real sobre como as finanças funcionam, ajudando os jovens a criarem consciência e a evitarem gastos e desperdícios. Isso ensina os seus filhos a economizarem, podendo esse dinheiro tanto ser utilizado para casos de emergência, como para atingir objetivos de médio a longo prazo.

Outro aspecto considerável no que diz respeito à finança para os jovens brasileiros é que estes podem ser bastante afetados pelo endividamento. Segundo pesquisa do SPC Brasil, 47% dos brasileiros com idade entre 18 e 24 anos não realizam nenhum controle financeiro.

Alguns fatores devem ser levados em conta quando se observa o endividamento dos jovens e porque esse grupo pode ser mais afetado. Primeiramente, como afirma a pesquisa, quase metade dos jovens não realizam controle de gastos, não sendo ensinados a poupar desde a infância. 

Os outros dois agentes responsáveis pelo endividamento dos jovens são: a forte influência da mídia nesse grupo em específico, levando-os ao consumismo desenfreado; e a facilidade para obter créditos em banco e empréstimo, principalmente no que diz respeito aos universitários ou aqueles jovens que acabaram de entrar no mercado de trabalho.

Por conta disso, os pais devem se dedicar no ensino financeiro para os filhos, desde muito cedo. Aprender a não gastar mais do que ganha e fugir das dívidas são ensinamentos muito úteis que, quando assimilados desde o início, são levados para o resto da vida.

Outro aspecto importante da gestão do dinheiro dos jovens é o uso da tecnologia para apoiar suas finanças pessoais. Todos sabemos que os jovens têm uma relação extremamente próxima com a tecnologia. Assim, nada mais útil do que usar dessa relação para aprender mais sobre dinheiro e para fazer o planejamento financeiro da sua família.

Finalmente, é preciso enfatizar que uma empresa familiar é uma técnica muito útil para melhorar sua situação financeira. Muitas famílias brasileiras optam por abrir um negócio como forma de melhorar seu orçamento e sua situação financeira.

Uma das principais vantagens de se ter um negócio em família é a de que há um desenvolvimento em conjunto, uma confiança mútua e, além de tudo, que os investimentos voltarão para a própria família. Por isso, aprender sobre empreendedorismo é uma boa dica para quem quer ter maior controle das finanças da sua família.

Quais as estratégias para melhorar a alfabetização financeira da minha família?

Desenvolver os conhecimentos financeiros com o intuito de evoluir as finanças da sua casa inclui estudar e aplicar na prática vários conhecimentos que vão desde o orçamento, até a administração das suas dívidas.

Agora que você já aprendeu como dar início à sua educação financeira, vamos ver mais algumas dicas essenciais:

• Crie um orçamento

Um orçamento ajuda você e a sua família a ser financeiramente estável. Fica mais fácil acompanhar as despesas, pagar as contas em dia, começar a economizar para um fundo de emergência e poupar para conquistas importantes, como comprar uma casa ou abrir um negócio. No geral, um orçamento coloca vocês em uma base financeira forte, resiliente o suficiente para enfrentar os desafios financeiros do dia a dia e a longo prazo.

• Pague a vocês mesmos primeiro

Para melhorar a economia familiar, essa estratégia de orçamento reverso envolve escolher uma meta de economia (pode ser, por exemplo, o adiantamento de uma casa), decidir quanto sua família deseja contribuir para isso a cada mês e reservar este valor antes de dividir as demais despesas.

• Pague as contas prontamente 

Fiquem por dentro das contas mensais, certificando-se de que elas sejam pagas no prazo correto, sem atrasos. Considerem também utilizar funções como o débito automático de uma conta corrente ou aplicativos de pagamento de contas e coloque lembretes para o pagamento das contas. Isso evita que se perca algum prazo de pagamento e acabe por ter que pagar multas ou juros, diminuindo bastante o seu orçamento.

Como vimos nesse artigo, a educação financeira pode ser a saída para a crise de muitas famílias no Brasil. Por isso, os jovens devem aprendê-la desde cedo. Utilize a plataforma Apprenda para aplicar esse conhecimento em sua unidade escolar!