Alfabetização e educação financeira: perspectivas para o cenário educacional

Temos um aumento do número de pessoas aplicando na bolsa de valores, assim como jovens que ainda carecem de limites e ensinamentos econômicos. Quer saber mais sobre o cenário da educação financeira no Brasil? Confira aqui!

December 22, 2022

, criado em

4.1.23

Apesar do aumento expressivo do número de pessoas aplicando na bolsa de valores, muitos brasileiros, sobretudo os mais jovens, ainda carecem de educação financeira. De acordo com dados recentes divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de pessoas endividadas no país alcançou o maior patamar em abril de 2021. Isso demonstra a importância da educação e do planejamento financeiro desde a educação básica.

Diante desse cenário, políticas como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), desenvolvida pela Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil), desempenharam um papel fundamental na capacitação de professores e alunos para a alfabetização financeira nas escolas públicas nos últimos dez anos. No entanto, infelizmente, a associação teve que encerrar as suas atividades.

Partindo do mesmo objetivo da associação, o Banco Central lançou recentemente um projeto para educação financeira, mas que ainda está em desenvolvimento. Além disso, o Ministério da Educação (MEC) deve assinar um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para colocar em prática um plano similar. Por meio do apoio dessas entidades, a educação financeira foi incluída como tema transversal na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 

Embora existam algumas iniciativas para levar a alfabetização financeira para as escolas, ainda é necessário que esses projetos evoluam além do papel, por meio de políticas públicas e privadas, que infelizmente estão escassas no cenário atual. Nesse contexto, professores e alunos, sobretudo os de baixa renda, são os mais prejudicados, uma vez que estão mais propícios a acumular dívidas e menos suscetíveis a participar do mercado de ações no futuro.

Cenário da educação financeira 

Os desafios para implementar a alfabetização financeira nas escolas estão presentes não só no Brasil, como no mundo. Prova dessa realidade é o mais recente exame do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) que demonstrou a grande diferença no conhecimento financeiro de alunos de classes mais altas e mais baixas em todos os 20 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Dentre os países analisados, o Brasil é o quinto com maior disparidade entre as classes.

De acordo com o levantamento realizado pelo programa, a porcentagem dos brasileiros que se sente confiante em planejar os gastos levando em consideração sua condição financeira atual foi de 49%, já a média da OCDE foi de 60%. Isso demonstra uma diferença considerável entre o Brasil e as demais nações, pesando negativamente para educação e economia no futuro.

Outra questão importante levantada pelo programa é que ainda não é com o professor que a maioria dos alunos acessa informações sobre finanças. Isso porque a principal fonte de informações dos jovens brasileiros sobre dinheiro é em casa, com os pais e outros responsáveis, tendo uma pequena parcela que aprende nas instituições de ensino. Segundo o programa, o Brasil é o 13° colocado na lista que avalia o quanto os alunos são expostos a conceitos financeiros na escola.

Além disso, alguns jovens têm utilizado plataformas e canais no YouTube dedicados à educação financeira, mas na maioria das vezes o conteúdo disponibilizado é destinado, principalmente, para adultos, o que demonstra a importância da abordagem nas escolas com uma linguagem acessível e aplicada ao contexto dos alunos.

Para além da abordagem sobre finanças, é necessário que os alunos tenham acesso a uma boa escola, uma vez que alguém que não sabe escrever e ler, claramente terá dificuldade para estabelecer objetivos financeiros. De acordo com Cassia D’Aquino, educadora financeira com especialização em crianças e pós-graduada em Ciências Políticas, a fragilidade da educação como um todo, não apenas da educação financeira, impacta a relação com o dinheiro.

Como fica o ensino a partir das iniciativas do Banco Central e MEC?

Com o fim da AEF-Brasil, a educação financeira nas escolas fica a cargo dos projetos desenvolvidos pelo Banco Central e MEC. A associação era mantida por quatro instituições privadas: B3, Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) e Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg). 

Essas instituições faziam parte do Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef) juntamente com autoridades públicas. No entanto, infelizmente, o grupo teve que encerrar as suas atividades. Em substituição ao Conef, foi criado o Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF), que inclui somente órgãos públicos. 

Nesse contexto, o Banco Central começou a implementar no ano retrasado a fase piloto do programa “Aprender Valor”, que tem como intuito apoiar as escolas públicas a colocarem em prática o ensino da educação financeira gratuitamente. Para alcançar tal objetivo, foi desenvolvida uma plataforma digital em conjunto com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade de Juiz de Fora (CAEd/UFJ) para capacitar os professores. 

Alguns estados já se beneficiam do projeto, como: Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará e Paraná. São mais de 8 mil estudantes, em 257 municípios que tiveram acesso ao conteúdo. Apesar do projeto ter duração inicial de quatro anos, a intenção do Banco Central é torná-lo permanente. A verba para o projeto é disponibilizada pelo Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD) do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Um dos grandes desafios do projeto foi adequar o conteúdo de forma iniciativa para um país do tamanho do Brasil. Nesse sentido, os projetos do banco têm como premissa a capacitação dos professores a distância, uma vez que a formação presencial depende de recursos financeiros para que possar contemplar todos os estados. Além disso, o programa busca suprir as deficiências básicas que os brasileiros apresentam em relação a alfabetização financeira, como o fato de não compreenderem cálculos de porcentagem e a dificuldade de distinguir fato de opinião, o que os tornam mais suscetíveis a utilizar linhas de créditos mais caras e mais vulneráveis à publicidade enganosa.

Outra iniciativa importante é a do Ministério da Educação que em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários busca capacitar 500 mil professores e levar a educação financeira a 25 milhões de alunos da rede pública e privada por meio de um curso virtual gratuito.

Formas atrativas para trabalhar a educação financeira 

De acordo com especialistas, uma das melhores formas de trabalhar a educação financeira é abordando o conteúdo aplicado ao cotidiano do aluno, de maneira que faça sentido para ele. Além disso, é necessário ensinar sobre comportamento, não sobre matemática, para que assim os adultos do futuro possam fazer escolhas conscientes. Pensando nisso, nós do Apprenda desenvolvemos uma plataforma gamificada com conteúdo exclusivo para te ajudar a implementar a educação financeira na sua instituição.

Por meio do nosso aplicativo, o aluno aprenderá de forma prática e divertida em qualquer lugar (sala de aula ou em casa), melhorando o seu desempenho e se preparando para a vida. No aplicativo você conta com uma plataforma web para administradores para que você possa acompanhar o desempenho dos alunos em tempo real e, assim, tomar decisões com mais agilidade e precisão baseado em dados. Além disso, existe a possibilidade de criar avatares, desafios, missões, ranking e recompensas dentro do próprio aplicativo, o que torna o estudo gamificado mais estimulante e desafiador. 

Agora que você já sabe as perspectivas para a educação financeira, por que não confere mais matérias como essa em nosso blog?

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